terça-feira, 23 de março de 2010

Rock pelo Niemeyer

 


Protesto pela inutilização do Centro Cultural Oscar Niemeyer - Goiânia. Participação de 8 bandas goianienses. Saida da praça Cívica as 14h, sábado dia 27/03.
Vamos participar! Colabore!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Indústria de copyright ataca uso de software livre pelo governo brasileiro.

ilustracaoSoftLivre

 

Replicando do www.softwarelivre.org

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Já é quase uma tradição o movimento feito pelas empresas norte-americanas de software, filmes e música para pressionar diversos países a adotarem regulações severas de proteção ao direito autoral. A principal ameaça utilizada é a de que os países "mal-comportados" serão excluídos da lista de direitos de preferências comerciais com os Estados Unidos - o maior comprador do mundo.

Na maioria das vezes, a Aliança Internacional de Propriedade Intelectual (IIPA, na sigla em inglês), entidade representante dessas empresas, ataca a pirataria. Mas no seu relatório deste ano, o capítulo sobre o Brasil traz uma novidade: Sustenta que o país deve evitar qualquer norma que determine o uso de software livre pelos órgãos de governo ou empresas estatais.

A abordagem é curiosa. Isso porque a principal iniciativa brasileira sobre o assunto é o projeto de lei 2269, que 'mofa' na Câmara dos Deputados desde que foi apresentado, em 1999. Ou seja, uma discussão de 11 anos que pouco avançou.

O receio talvez esteja na disposição da atual relatora do projeto na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), de retomar a iniciativa.

Tanto que no apagar das luzes de 2009, a parlamentar conseguiu aprovar um requerimento para a realização de audiências públicas sobre o assunto, com o objetivo de resgatar o projeto. "Estou trabalhando para o projeto voltar a caminhar no Congresso", promete a deputada.

O mais inusitado dessa menção ao software livre no relatório da IIPA, no entanto, é que a entidade parece desconhecer até mesmo políticas do governo norte-americano sobre o assunto. Como lembra o Secretário de Logística e TI do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, a defesa do software livre faz parte das orientações do próprio Departamento de Defesa dos EUA.

&"É no mínimo estranho porque é isso que está no Roadmap Plan da Defesa dos EUA. Será que essa entidade vai atacar o Departamento de Defesa americano também? É isso ou estamos vendo mais um capítulo das coisas que lá podem e aqui não", ironiza Rogério Santanna.

De fato, o Roadmap Plan, um relatório do Departamento de Defesa dos EUA, é enfático na defesa do uso de software livre. Diz ele que "software de código aberto e as metodologias de desenvolvimento de código aberto são importantes para a Segurança Nacional e os Interesses Nacionais dos EUA". E cita algumas das razões para isso.

Entre elas, o software livre "permite que as indústrias de TI aumentem sua velocidade de adaptação e mudança às capacidades de que os usuários necessitam”fortalece a base industrial ao não proteger a indústria da concorrência e torna a indústria mais apta a competir em termos de ideias e sua execução, ao invés de produtos prontos".

Retaliações

Outra preocupação no relatório IIPA deste ano são as retaliações comerciais que o Brasil vai adotar por conta da vitória na Organização Mundial do Comércio, no caso dos subsídios aos produtores de algodão pagos pelo governo americano. Uma primeira lista já foi divulgada e prevê o aumento no imposto de importação para 101 bens.

Essa lista de bens representa US$ 591 milhões em retaliações, mas a OMC autorizou o Brasil a adotar as medidas num total de US$ 829 milhões. E o que assusta a indústria de cpyright dos EUA, conforme escrito no próprio relatório da IIPA, são os restantes US$ 238 milhões que o Brasil pretende retaliar em serviços e direitos de propriedade intelectual.

A nova lista, no entanto, só deve ser conhecida em um ou dois meses. Uma medida provisória que permite o país adotar esse tipo de retaliação é recente – de 10 de fevereiro – e ainda será realizada uma consulta pública para colher, especialmente, contribuições do setor produtivo nacional.

Há sinais de que o governo brasileiro fará uso desse instrumento especialmente no setor de medicamentos. Mas o setor de software também se preocupa. O funcionamento desse tipo de retaliação não se dá com aumento de imposto de importação – que não existe para software – mas pode acontecer com o aumento da tributação sobre a remessa de royalties para o exterior.

Fonte: Convergência Digital

terça-feira, 9 de março de 2010

Campanha: Monte sua moeda solidária!

 


O Cubo Card (http://cubocard.blogspot.com) desenvolveu o manual Monte sua moeda solidária para principiar a campanha entre os coletivos do Circuito Fora do Eixo e qualquer organização cultural que tenha interesse.
O Manual detalha em 13 passos as ferramentas fundamentais para a criação e o desenvolvimento da moeda solidária no campo da cultura, a partir do Sistema de crédito Cubo Card.
Hoje, o Circuito já tem o Goma Card do coletivo cultural Goma (Uberlândia-MG), Patativa da RedeCem (CE), a Lumoeda (PE) e diversos pilotos já sendo implementados na rede como o Pegadin (BH-MG), o Moedassa (São Carlos-SP), Palafita Card (AP) e Catraia Card (AC).
O intuito é deixar cada vez mais decupada e acessível, os mecanismos utilizados no Sistema Fora do Eixo Card e garantir a replicação na rede e em projetos parceiros.

Para acessar, clique:

Manual Monte sua Moeda solidária - Sistema Fora do Eixo Card

sábado, 6 de março de 2010

Editorial: todo mundo investe!

Bandas, produtores e festivais:todo mundo investe para ver o rock rolar


Foto (Flávio Pessoa): Beto Cupertino, Violins (GO) no 13º Goiânia Noise Festival

Por Foca (DOSOL)

Estreiamos o editorial do Portal Nagulha para discutir um assunto polêmico e que dá muito “pano para manga” sempre que mencionado: a relação entre as bandas independentes e os festivais. Esse texto já foi divulgado antes pelo Portal Dosol mas creio que o assunto ainda esteja bem quente pra ser discutido aqui.

Num ano de crise como o que passamos, tem  ficado cada vez mais evidente qual é o papel de um festival indie e das bandas que deles participam, até porque é fato de que sem bandas não tem festival. Falo isso com muita propriedade e com muita kilometragem no assunto, afinal jogo dos dois lados: como banda e como produtor de um festival indie. Além de promover 7 edições do Festival Dosol e mais umas 20 edições de festivais menores ainda rodei o Brasil visitando cenas e compartilhando experiências tanto tocando como no público. Sei bem do que vou falar.

A primeira coisa que tem que ser desmistificada é que bandas independentes invariavelmente pagam para tocar em festivais. Isso é preguiça de quem não quer fazer sua parte dentro da roda que move o rock alternativo e adjacências. Existem diversos festivais que dão ajuda de custo volumosa (pelo menos metade deles) para as bandas chegarem na região do show. Cabe a banda potencializar essa ajuda com tours, outros shows, merchadising e coisas do tipo. Saber se programar é praticamente uma lei nesse mercado ainda em construção é magro de orçamentos.

Na Europa isso é muito mais corriqueiro que aqui. Por lá uma pequena banda que toca no palco 3 do Glastonbury por exemplo tem a mesma (ou se não menor) ajuda do que as bandas nacionais por aqui. A diferença é que lá essas bandas estão em tours extensas, passando vários meses na estrada e montando um mapa viável para se divulgar. Como 99% das bandas nacionais são bandas “de fim-de-semana” a coisa complica.  Só que é mais fácil culpar o vizinho pelo mal cheiro, do que olhar a própria privada.

Quando um festival é de pequeno ou médio porte e não pode pagar para sua banda chegar no local do show, lembre-se que existem uma dezena de outros custos para a sua participação acontecer. Fiz uma conta rápida e básica para ver quanto uma banda (de quatro pessoas) custa para um festival sem contar com ajuda de custo para chegar no mesmo:

Alimentação: 100,00
Hospedagem: 200,00
Translado: 150,00
Despesa no show (camarim, bebida): 60,00

Só nesses itens a brincadeira já dá mais de R$500,00 e não estamos nem colocando o investimento de marketing do festival para promover a banda, dentre outros itens mais difíceis de calcular. A maioria dos grupos que reclama não consegue fazer R$500,00 de bilheteria nem dentro de casa, imaginem fora.

É preciso ter a noção de que festivais independentes também se pagam do bolso para acontecer. Não tenho os dados, mas aposto minha mão direita como mais da metade dos festivais da ABRAFIN, por exemplo, foram deficitários em 2008 (mesmo com patrocínios em alguns casos). Nem por isso deixarão de ser realizados em 2009, 2010 e por aí vai. Um investimento pesado e que não está sendo levado em consideração na hora de uma análise mais fria (e até irresponsável de alguns fanzines virtuais internet afora). Então chegamos a conclusão que todo mundo investe para que o rock possa acontecer, certo?

Claro, existem festivais que estão pseudo-interessados na “cena” da sua cidade e da sua região e mesmo com verbas volumosas captadas terminam sem ajudar em nada (ou em quase nada) os artistas independentes, o que é uma grande sacanagem. Agora uma coisa é certa: se você é banda e aceita essa condição (e as vezes vale a pena aceitar) é porque concorda com ela. Depois não adianta chorar. Produtores, músicos, jornalistasdi e festivais “malas” estão espalhados mundo afora como em qualquer outra atividade. Humanos são seres difíceis mesmo, já dizia meu ídolo Leonardo Panço, do ótimo grupo punk carioca Jason.

Uma distorção que tem acontecido muito é tratar um festival de música independente como se ele fosse um potencial contratante de bandas, quando na verdade um evento com essas características é uma plataforma para que as bandas busquem mercado dentro das cidades. Em alguns casos, de bandas médias já consagradas e com um bom público dentro do mercado, podemos até considerar os festivais como contratantes mas essa realidade só se aplica a 1% do universo de bandas existentes no Brasil. Uma exceção que justifica a regra.

Uma coisas é certa, banda tem que ter música boa, tem que ter um network, diferencial, ser empreendedora dentro da sua região, ter tempo para o projeto, estar envolvida com a cena local em todos o sentidos e ter noção de como as coisas funcionam.  Se não for desse jeito o projeto não sai do canto e aí você vai ter que escolher entre relaxar e trata-la com um grande hobby sem pretensões ou entrar na roda de quem quer por as coisas para frente. Como eu já disse antes, depois não adianta chorar!

Vamos ao trabalho!